Problemas de articulação da fala costumam aparecer entre os 2 e 4 anos, sendo mais comum em meninos. Nesse período, as crianças começam a formar frases maiores e mais elaboradas e ocorre a aquisição de habilidades complexas e necessárias para organizar a linguagem e utilizá-la em situações sociais. Com isso é normal que a criança esqueça de algumas palavras, não apresentando total fluência na fala, demonstrando insegurança ao se expressar.
Uma das características da gagueira é a oscilação. Ela não se apresenta em todas as ocasiões e sua intensidade varia. Na maioria dos casos, os bloqueios desaparecem, por exemplo, quando a criança canta, pois estão relacionados ao momento da comunicação. Em uma alguma situação na qual a criança se sinta intimidada, seja por uma atitude pouco receptiva do interlocutor ou pela emoção que sente em relação ao tema, pressão dos pais ou professores para “falar corretamente”, corrigindo ou mesmo recompensando quando a criança se expressa com fluência, podem piorar o problema e se estabelecer e perdurar na idade adulta.
É comum que a falta de fluência na fala acentue a timidez ou faça com que a criança deixe de se expressar para evitar a vergonha de tropeçar nas sílabas e passe a manifestar movimentos corporais involuntários relacionados à tensão e ao esforço para falar.
Segundo estudos conduzido por mais de 20 anos, a intervenção deve vir, de preferência, antes dos 4 anos, para evitar que a gagueira se estabeleça e ocasione transtornos secundários como: ansiedade ou sentimentos negativos em relação à comunicação e à convivência social, prejudicando a autoestima.
A pesquisa não identificou uma causa específica da gagueira, porém foram identificados fatores que podem desencadeá-la, como histórico familiar. Cerca de 60% das pessoas com o problema têm parentes gagos. Além disso, é três vezes mais frequente em meninos. Observou-se alto índice de recuperação em casos em que o tratamento foi iniciado antes que as repetições e os tropeços na fala completassem um ano. Ao perceber os sinais descritos, é aconselhável que os pais procurem um fonoaudiólogo ou psicólogo.
Estes profissionais avaliarão o grau de dificuldade da criança em expressar-se e se há fatores ambientais, sociais e psicológicos associados ao problema.
Atitudes simples, como falar de forma clara com a criança e dar tempo para que ele organize suas palavras. Foi instruída também a evitar fazer recomendações e a conversar um pouco mais devagar, articulando bem as palavras, para oferecer um modelo lento de fala, com pausas, que possa ser imitado.
Essas pequenas mudanças são, em geral, muito eficazes para deixar os pequenos mais tranquilos e conseguir que eles se expressem com mais fluência.
Você sabia?
* Que o problema central na gagueira consiste em uma dificuldade do cérebro para sinalizar o término de um som ou uma sílaba e passar para o próximo. Desta forma, a pessoa consegue iniciar a palavra, mas fica "presa" em algum som ou sílaba (geralmente o primeiro) até que o cérebro consiga gerar o comando necessário para dar prosseguimento com o restante da palavra.
* O problema é causado pela falta de sincronia entre os dois hemisférios cerebrais e que o fator emocional sozinho não é determinante para o aparecimento da gagueira. "O fator emocional é agravante para quem tem predisposição genética para a gagueira, mas sozinho não causa o problema".
* Cerca de 55% das pessoas que gaguejam têm pais, irmãos, filhos, tios, primos, avós e ou netos com gagueira, conforme dados do Instituto Brasileiro de Fluência (IBF).
A tendência para a gagueira é transmitida por um gene que já foi mapeado.
* É muito comum que apareça um período "normal" de gagueira, chamada "gagueira fisiológica", entre mais ou menos três e seis anos de idade. Ela é superada naturalmente, sem necessidade de nenhum tipo de intervenção.
* A gagueira não tem cura, mas desde que se faça uma intervenção precoce é possível obtê-la em crianças. Intervenções tardias ajudam a pessoa gaga a obter uma melhor qualidade de vida, mas sem cura".
Observe seu filho, se a gagueira aparece junto com sinais de sofrimento psíquico, procure um profissional.
Até breve!
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